CONGRESSO DA FEEBBASE APROVA PLANO DE AÇÃO E ELEGE DIRETORIA

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O 15º Congresso da Federação mostrou mais uma vez a unidade dos bancários da Bahia e Sergipe. Em um clima de consenso, o evento reuniu representantes de todas as bases, neste sábado (12/12), para construção de um plano de ação e a eleição do sistema diretivo da entidade para o quadriênio 2021/2025. Foram 129 participantes, entre delegados e delegadas eleitos, suplentes e observadores.

O funcionário do Itaú Hermelino Neto foi reeleito presidente de Feebbase, tendo como vice- presidente José Antônio dos Santos (Santander), e secretário geral Emanoel Souza (Caixa). A diretoria será composta por novos dirigentes, que se mesclam com gente mais experiente, para trabalhar juntos para fortalecer a atuação da entidade nas lutas em defesa dos direitos dos bancários e dos trabalhadores brasileiros.

Plano de ações

O plano de ação também foi construído a muitas mãos e inclui metas ambiciosas, como a criação de um instituto em defesa dos bancários e dos trabalhadores, com atuação especial em plano de saúde, crédito e consumo. Outros pilares do plano são a defesa da soberania, da democracia, dos direitos, do emprego e renda, das estatais, dos serviços e bancos públicos.

A Feebbase vai investir também na formação dos dirigentes, na continuidade dos encontros da mulher, juventude e saúde, além da preparação das entidades para as campanhas salariais. O fortalecimento da comunicação também faz parte das diretrizes aprovadas.

“Foram três anos de muitos desafios e dificuldades. Esse é um projeto coletivo e não deve ter espaço para divisões. Estamos enfrentando um momento difícil, com um Congresso e governo contrários aos interesses dos trabalhadores. Temos que unificar as nossas pautas para virar o jogo, pois sozinhos não teremos sucesso”, ressaltou o presidente reeleito da Feebbase, Hermelino Neto, no encerramento do Congresso.

Palestras

A primeira palestra do dia contou com a participação da economista e diretora técnica do Dieese Bahia, Ana Georgina Dias, que falou sobre os desafios do mercado de trabalho no Brasil, em especial nos bancos.

Ela mostrou que juntando tecnologia e a fragilização das relações de trabalho contribuiu para diminuir o número de bancários. A reforma trabalhista permitiu que os bancos terceirizassem alguns serviços, que são feitos por outros trabalhadores, que não recebem o mesmo salário, nem tem os mesmos direitos.

Neste aspecto, a necessidade de home Office neste momento favoreceu os bancos, que conseguiram cortar gastos administrativos, pois grande parte dos funcionários estão trabalhando de casa, usando os seus próprios recursos para isso. A pandemia ajudou também a aumentar o uso dos meios digitais de atendimento bancário, o que vai impactar também no emprego no setor.

Ela apresentou também os resultados de uma pesquisa nacional do Dieese sobre o home office dos bancários. O estudo ouviu 8.560 trabalhadores de todos os estados do país.

A pesquisa concluiu que o home office, tão necessário para a proteção da saúde dos trabalhadores durante a pandemia, cria novas demandas e dificuldades, como a inadequação do ambiente da residência para a realização do trabalho, falta de equipamentos e mobiliário adequados, surgimento de novos problemas de saúde, sensação de isolamento, elevação de custos residenciais, falta de controle da extensão da jornada de trabalho, entre outros.

Ainda assim, há uma boa aceitação do novo regime de trabalho pela categoria. Entre os que responderam a pesquisa, 27,7% manifestaram interesse em continuar em home office todos os dias, mesmo após o fim da pandemia, e 42,0% gostariam de adotar um regime misto, entre o home office e o trabalho presencial. Outros 26,5% preferem voltar integralmente ao regime presencial.

Já o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, falou sobre a conjuntura política e econômica no Brasil.

Em sua fala, Augusto ressaltou que o governo Bolsonaro mostra uma incapacidade em gerenciar crises, questão potencializada pela atuação na pandemia. “Na pandemia, fica clara a importância do SUS, mas no Brasil, esse sistema vem sendo asfixiado com corte sucessivos do orçamento. Vemos também a confusão enorme para coordenar os esforços para compra das vacinas, o que trará grandes prejuízos para o país ”, reforçou.

O presidente do SBBA também pontou o impacto brutal dessa má gestão na economia, onde cada dia novos postos de trabalhos são perdidos, com mais dificuldade de retomadas dessas vagas. É válido ressaltar que a reforma trabalhista, que veio com a promessa de crescimento econômico e gerar empregos não gerou estes resultados. Destaca-se também, os efeitos prejudiciais do desmonte dos bancos públicos e o esvaziamento da Petrobras, promovido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

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