HOMENAGEM DA REDE LADO PELOS 50 ANOS DE ADVOCACIA DE DE DR. ARNON MARQUES

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Dr. Arnon Nonato Marques
Por José Eymard Loguercio

“Conheci o Dr. Arnon, Arnon (ele sempre dispensa o Doutor, uma deferência da idade e da amizade que nutrimos um pelo outro), há algumas décadas. Empatia imediata. Eu, bem jovem sendo tratado por um ícone da advocacia sindical bancária da Bahia como um igual. Essa é a maior lembrança de nosso encontro. Generoso, leal e lutador. Essas as três características que eu gostaria de destacar.

Generoso no olhar atento. Olhos sempre a observar. Generosidade que vem de uma longa tradição de vida. Nasceu em Poções, Bahia. Foi Presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus e fundador da Federação dos Bancários da Bahia. Lecionou Direito do Trabalho na UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Foi Juiz Classista antes de advogar. Não sei o ano exato, mas passou a advogar na década de 70.

Generosidade que se espalha na construção de uma família também generosa e numerosa. Cinco filhos: Bianca, Arnon Filho, Dorana, Luciana e Thaís. Dez netos e uma bisneta. Casado com a Meinha, nossa amiga e grande companheira de Arnon (“és fascinação, amor…”).

A lealdade é para os grandes. Saber a hora de estar e não estar nos lugares. De incentivar um colega. De firmar parcerias de vida. De não se desviar dos caminhos. Retidão.

Lutador. Bem, essa eu preciso contar um episódio. Desembarquei em São Paulo em uma das inúmeras vezes que fiz esse trajeto quase semanalmente. Deixei as coisas no apartamento e fui até o shopping Higienópolis. Em um dos corredores, avisto Arnon e Meinha. Detalhe, ele acabara de ter alta do hospital onde esteve fazendo procedimento cirúrgico de alta complexidade.

O primeiro destino escolhido por ele: uma loja de vinhos da Grand Cru. Sua bebida preferida. Como não tinha mar, para ver, outra paixão de sua vida, foi logo para os braços de Baco. E, para felicidade minha, foi a primeira pessoa quem encontrei naquela tarde. Tenho um único arrependimento daquele dia: deveríamos ter sentado no Le Jazz, jogado conversa fora e tomado um vinho. Fiquei na dúvida se ele já podia dar-se a esse luxo e hesitei. Na saída do shopping, vejo ele sentado com a família em outro restaurante. Já vamos deixar marcado nosso encontro para quando passar a pandemia, Arnon.

Essa vontade de viver se espalha no cotidiano. Acredita no que faz, mesmo quando sabe que as chances não são grandes. Quantos casos conversamos e eu me empolgava com a garra e a determinação por encontrar uma tese, mesmo sabendo que tese tinha poucas chances. E não é que, com o passar do tempo, a tese emplacava? E se não emplacasse? Também não tinha problema. Valeu lutar por ela e outra tese vem em seguida para manter a chama acesa. E sempre acesa e flamejante.

Essas três qualidades que destaquei e tantas outras reúnem-se em uma pessoa querida por todas e todos do nosso grupo. Adora viajar e seus países preferidos, por alguma coincidência de vida, também são os meus: Espanha, Portugal, França e Itália. Não sei se nessa ordem. E não sei se haverá alguma ordem. Gostaria mesmo, de um dia qualquer, marcar de encontrar com Arnon em um desses lugares que certamente ele conhece como ninguém. E desfrutar de bom vinho, da melhor companhia possível e de suas histórias de vida.

Arnon, poderia continuar escrevendo sobre você. Mas não combinaria com seu estilo de vida. Nem com o meu. Acho que por isso tive o privilégio de contar com sua amizade ao longo desses anos todos. Sem muito blá-blá-blá. As pessoas se reconhecem na gentileza, no olhar, nas atitudes. Mais do que nas palavras. Receba as minhas como a nossa homenagem de contarmos com você por muitos e muitos anos a nos inspirar a seguir. E que os mais jovens do grupo se inspirem. A vida é mais! E a sua é grande e inspiradora. Grande abraço, meu amigo!

São Paulo, 8 de dezembro de 2020

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