A previsão estabelecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que em 2021 seria um ano de controle da pandemia do coronavírus não é mais a mesma. Esta semana, a organização alertou para a grande diferença na vacinação entre os países e convocou as nações mais ricas a doarem imunizantes.
Até agora, 32 milhões de vacinas contra o coronavírus foram distribuídas pela Covax Facility (Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19) no mundo, mas 36 países ainda não receberam uma única dose. Enquanto isso, cresce a cada dia o número de vacinas administradas nos países ricos.
A Covax tinha a previsão de entregar cerca de 238 milhões de doses em todo o mundo até o fim de maio, e até agora, não atingiu nem a metade, sendo que no Brasil chegou, até agora, um pouco mais de 1 milhão de doses. Para a OMS, a distribuição desigual de vacinas, além de ser um escândalo moral, é também economicamente destrutiva para os países mais pobres.
O que tem atrapalhado a Covax distribuir os imunizantes são os acordos bilaterais, proibições de exportação e nacionalismo de vacinas. Os países ricos fecharam contratos com as grandes indústrias farmacêuticas, muitas vezes comprando doses de vacinas muito superiores do que precisam e agora seguram as doses que poderiam salvar vidas mundo afora. (SBBA)