Privatização dos Correios é alvo de reação de trabalhadores e parlamentares
Quebrando promessa de campanha, o presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde para a privatização dos Correios. A estatal foi incluída no Programa Nacional de Desestatização, em decreto publicado na última na última terça-feira (13). Mas o caminho para a entrega da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) à iniciativa privada não deve ser fácil. Entidades de trabalhadores já se pronunciaram contra, e prometem articulação com parlamentares e o movimento sindical para barrar a iniciativa. De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FindEct), trata-se de “um crime contra a Nação”.
Para a entidade, o decreto de Bolsonaro é “inconstitucional”, já que o monopólio do serviço de entrega de cartas e impressos é assegurado pela Constituição. Contudo, os eventuais compradores dos Correios não estão interessados na distribuição das cartas, mas no mercado bilionário de entrega de encomendas. A ECT sequer exerce monopólio nesse setor. No entanto oferece esses serviços a preços mais baixos que as empresas privadas de frete. Portanto, o verdadeiro intuito do processo de privatização é eliminar a concorrência. “Em um país mergulhado em uma crise econômica sem precedentes agravada pela pandemia e com milhões de desempregados, promover o desmonte e privatização dos Correios é atentar contra o futuro dos brasileiros”, diz a FindEct, em nota.
A federação defende a “unificação e mobilização dos sindicatos, federações, associações, centrais sindicais, estudantes e da população” para garantir o caráter público dos Correios. Em fevereiro, a FindEct já alertava para as consequências de uma eventual privatização. Agências e entregas em municípios pequenos e distantes e nas periferias das grandes cidades simplesmente “desapareceriam“.(Rede Brasil Atual)