Quando o mundo, diante de monstruosos desastres ambientais, causados pela exploração predatória dos recursos naturais de uma sociedade consumista, finalmente, busca soluções para preservar o que resta da natureza e assim restabelecer o equilíbrio ambiental. Em nossa reunião, famosa pela diversidade biológica, três “cavaleiros do apocalipse” da degradação aproximam-se rapidamente.
O primeiro é o “redentor” Porto Sul, empreendimento que vai provocar um impacto sem precedentes no litoral sul de Ilhéus, tudo em nome do secular modelo agro mineral exportador. A Ferrovia de Integração Oeste Leste – FIOL poderia muito bem ser direcionada ao Porto de Aratu, economizar recursos financeiros e nos livrar do iminente desastre.
O segundo, é a duplicação da BR-101, exigência criminosa do agronegócio do eucalipto e que implantará diversas praças de pedágio em nossa região, encarecendo frentes e passagens.
O terceiro, é a “duplicação” da rodovia Ilhéus/Itabuna, na realidade, uma nova rodovia pela margem esquerda do Rio Cachoeira, uma área ainda livre de esgotos, lixões e da especulação imobiliária, sem falar da sua beleza, agora ameaçada em nome se desapropriações de valores reduzidos em comparação com a margem direita do Rio. A solução a nosso ver não passa por duplicação de vetor fadado ao fracasso a médio espaço de tempo e sim uma ferrovia ligando as duas maiores cidades do sul do Estado.
Portanto, ao invés de utilizarmos as universidades locais em colaboração com um consórcio dos municípios regionais em consonância com o governo do Estado para formularmos projetos de turismo ambiental articulados com a indústria local, além de preservarmos os remanescentes da nossa mata atlântica. Investimos no desmatamento e degradação ambiental, um caminho insano e que certamente trará sérias consequências.
Estiagens prolongadas, liberação de novos vírus, fungos e bactérias virão. Novas pandemias estão a caminho. Quem sobreviver verá!
Jorge Barbosa de Jesus é bacharel em direito pela UESC