Bolsonaro negligenciou compra de vacinas, diz presidente da CPI da Covid
Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que o presidente Bolsonaro negligenciou inicialmente a compra de vacinas. “Não houve nenhum interesse na compra da vacina no primeiro momento. Se apostou muito na imunização de rebanho, kit cloroquina, ivermectina”, criticou.
Ainda segundo o presidente da CPI, pelas informações que foram colhidas, “poderíamos ter tido vacina bem antes do planejado e uma quantidade bastante grande”. Segundo ele, a carta endereçada pela Pfizer não foi só ao presidente, mas para muita gente do alto escalão do governo.
“A gente não entende por que nenhum deles se prestou a dar uma ligada, mandar alguém procurar saber a oferta das vacinas. Isso foi em agosto, (então veio) setembro, outubro, novembro. Se tivéssemos feito isso em agosto, em dezembro nós teríamos começado a vacinar as pessoas”, comentou.
Para o presidente da CPI, a maior parte dos erros cometidos por Bolsonaro são consequência do mau aconselhamento, embora ele não possa usar esse fato para se eximir da culpa. “O governo errou desde o primeiro momento. Não apostou no isolamento, não apostou na máscara, no álcool em gel, na vacina, uma série de coisas que poderiam ter ajudado a salvar pessoas. E continuam apostando na cloroquina”, diz.
Habeas corpus
Por fim, Omar criticou a decisão do STF de conceder o habeas corpus para permitir que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, fique calado durante o depoimento, já que o considera peça importante.
“Acho que o ex-ministro Pazuello é a pessoa que pode nos dar mais informações, porque começou com ele. Veja bem, quando a Pfizer procura o Brasil, ele foi uma das pessoas que recebeu a carta. Por que não respondeu? Deram ordem para ele não responder? É isso que queremos saber. Não era política do Ministério da Saúde adquirir vacina?”, questionou.
Fonte: BNC Amazonas via Portal Vermelho