Centrais sindicais e movimentos sociais vão protestar em Brasília, diante do Congresso, amanhã (26) por vacinação e combate à fome. Além de reivindicar aumento do valor do auxílio emergencial, as entidades vão doar 3 toneladas de alimentos a catadores de material reciclável. A manifestação, a partir das 10h, será presencial, mas os organizadores informaram que não haverá aglomeração e os protocolos sanitários serão respeitados. “Em respeito à vida, à ciência e às famílias de quase meio milhão de pessoas que morreram de covid-19 e em consequência do negacionismo e incompetência do governo.”
Batizado de 26M, o ato é em defesa do auxílio de R$ 600, “por vacina no braço e comida no prato”. Assim, as entidades ratearam o custo de alimentos agroecológicos, que serão distribuídos a catadores de cooperativa. A doação será feita na forma de 600 cestas básicas, com pelo menos 16 itens em cada uma. Além disso, as centrais farão a entrega, no parlamento, de uma “agenda legislativa” com temas de interesse dos trabalhadores.
Depois do 26M das centrais sindicais em Brasília, dezenas de entidades reunidas nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo organizam para o próximo sábado o 29M. A data marcará o retorno dos movimentos sociais e populares às manifestações de ruas, e já tem atividades programadas em todo o país.
“No ano passado, 68 milhões de brasileiros tinham direito ao auxílio por conta da pandemia”, lembra as centrais. “Neste ano, esse número, segundo o Dieese, baixou para 38,6 milhões de beneficiados. Em consequência das novas regras impostas pelo governo federal, quase 30 milhões de brasileiros passaram a viver em insegurança alimentar.”
Projetos afetam vida e direitos
Os dirigentes pediram audiência com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RO), para entrega do documento, elaborado em conjunto com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Traz a posição e as propostas das centrais em relação a 23 projetos que tramitam nas Casas. “A maioria desses projetos afeta negativamente a vida e os direitos da classe trabalhadora”, afirmam, citando a “reforma administrativa”, privatizações e o próprio auxílio emergencial, entre outros temas.
Levados por caminhões pela Esplanada dos Ministérios, os alimentos a serem doados vêm de áreas da Contag (agricultura familiar) e de assentamentos do MST (sem-terra). Essas entidades participam do ato, juntamente com as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, além das centrais (CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central, Pública e UGT).
O povo está passando fome. O custo de vida aumentou, os preços dos alimentos, do gás subiram e o auxílio emergencial foi reduzido. Uma grande tragédia. Reduzir o valor do auxílio foi um crime. Mas crime ainda maior é o governo Bolsonaro ter reduzido o número de pessoas que podem receber esse auxílio, hoje indispensável para evitar ainda mais brasileiros passem fome e que o país enfrente uma convulsão social.
Fonte: Rede Brasil Atual