Com a alta da energia elétrica e do botijão de gás, está cada vez mais difícil para a população mais pobre manter os custos diários. Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o aumento da inflação tem tido impacto ainda maior sobre as famílias mais pobres. Uma diferença de quase 30% na comparação com os mais ricos.
O levantamento aponta que houve uma elevação disseminada dos preços em diversos setores que atingiu a todos no país. No entanto, as famílias com renda mensal superior a R$ 16.500,00 sentiram um impacto de 7,11% nos últimos 12 meses. Já para os mais pobres, com renda abaixo de R$ 1.650,00 por mês, o índice ficou em 10,05%.
Além da energia elétrica e do gás de cozinha, a escalada do preço dos alimentos também tem impacto negativo para as faixas de menor renda. A explicação está na falta de correção anual dos salários, já que os preços avançam diariamente, enquanto a maioria das categorias de trabalhadores formais nem sequer tem conseguido recompor as perdas no poder de compra.
As famílias mais ricas conseguem substituir produtos, adiar compras, enquanto as mais pobres penam para manter alimentação, transporte e alguns outros produtos essenciais. Sem nenhuma política pública para controlar a escalada de preços, a população na margem da vulnerabilidade tem assumido riscos como, por exemplo, cozinhar usando lenha, já que o gás de cozinha foi reajustado 14 vezes nos últimos três anos.
Fonte: SBBA