Apesar do aumento no acesso da população ao SFN (Sistema Financeiro Nacional) nos últimos três anos, os bancos deixam muito a desejar. Com 261 milhões de novas contas, 96% dos adultos (mais de 15 anos) têm algum relacionamento bancário. Porém, as organizações financeiras lucraram R$ 66,92 bilhões de janeiro a setembro e estão no topo das reclamações dos brasileiros, enquanto o atendimento bancário presencial foi encerrado em 89 municípios até agosto deste ano.
O percentual da população adulta com relacionamento com o sistema financeiro era de 86,5%, em 2017. No passado, 14 milhões de cidadãos foram incluídos, segundo o Banco Central. A inclusão bancária teve um impulso maior em 2020 com a abertura de milhões de novas contas para o recebimento do auxílio emergencial. Dos quase 80 milhões de relacionamentos criados no período, em torno de 30 milhões foram para a Caixa.
Entre 2018 e 2020, houve aumento de 179% no número de relacionamentos com Ips (Instituições de pagamentos). O que evidencia a maior demanda por canais de relacionamento digitais. Se for considerado todo o SFN, o crescimento foi de 49%. Enquanto houve queda de 14% no número de transações pelo internet banking em 2019, aumentaram em 56% as operações por meio de telefones celulares (smartphones), entre 2018 a 2020.
Precarização
Ao mesmo tempo que lucram cada vez mais, os bancos tentam empurrar os clientes para os canais digitais, fechando agências. Prova disso é que o Brasil tinha 20.889 unidades bancárias há três anos e agora tem 17.831. Além disso, 43,4% das cidades brasileiras ou 2.427 não possuíam agência em agosto deste ano. Em março ano passado, eram 2.338. Quer dizer, para lucrar mais, os bancos fecham unidades, demitem e precarizam o atendimento aos correntistas que pagam altas taxas e tarifas.