Demitir no Natal: isso é muito Itaú

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O slogan dos comerciais do Itaú veiculados nos meios de comunicação nas últimas semanas é “O ITAÚ NÃO PARA NUNCA”. Não para de fazer maldades com seus funcionários.
Se não bastassem as metas abusivas, a pressão do dia a dia, o assédio moral e os adoecimentos, as demissões somam-se a uma gestão desumana que o banco presenteia aos seu “colaboradores”. Isto em plena época de festas de fim de ano, e com o país mergulhado em uma crise econômica e social por causa da pandemia.
Como sempre, o Itaú prega uma realidade de contos de fadas em seus comerciais de TV. Porém, a instituição financeira esconde sua verdadeira face de desrespeitos com seus funcionários e falta de compromisso social com o Brasil.
Um banco que lucrou quase R$ 20 bilhões entre janeiro e setembro e 2021 – alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, e durante uma das mais graves crises sanitária e social da história do país – não tem justificativa alguma para demitir seus funcionários e fechar agências. Isto mostra a falta de responsabilidade social com o Brasil.
São inúmeros os trabalhadores dispensados sob a justificativa de baixa performance, mesmo depois de uma longa trajetória no banco; outros com a justificativa de não terem a certificação CPA 10/20; outros porque a área está passando por reestruturação.
Mas o Itaú nega qualquer motivo para demissões que não seja baixo desempenho.
Contudo, muitos bancários procuram o sindicato afirmando que estavam bem avaliados, e que a justificativa do banco para a dispensa não é verdadeira.
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú já propôs ao banco a criação de um Centro de Realocação para que esses trabalhadores possam continuar empregados. Porém, o banco pre-fere desligá-los, e assim contribuir com a crise que o país enfrenta, aumentando o contingente de mais de 13 milhões de desempregados.
As metas só aumentam, e os bancários se desdobram cada vez mais para cumpri-las. Muitos chegam a se afastar do trabalho por problemas psiquiátricos. E, mesmo assim, recebem como prêmio sua demissão.
O Programa Gera, lançado nas agências, foi apresentado como uma melhoria para os funcionários, mas os problemas só aumentaram e fizeram da vida do trabalhador um verdadeiro inferno, com metas inatingíveis.
As negociações com o banco estão de mal a pior. Representantes da Área de Relações Sindicais do Itaú falam uma coisa para os representantes do Sindicato mas, na prática, acontece outra.
É por todos esses motivos que estamos realizando o Dia Nacional de Luta dos Bancários do Itaú: em defesa do emprego, por mais respeito, pelo fim das metas abusivas, pelo não fechamento de agências, contra a terceirização, por mais saúde e condições de trabalho.

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