Apesar das ações do governo para fragilizar a fiscalização do trabalho análogo à escravidão, o número de trabalhadores resgatados no país até o último dia 9 chega a 1.636. Já é o maior desde 2013. Os dados são da CPT (Comissão Pastoral da Terra).
Do total de resgatados, 54 eram crianças e adolescentes. A região Sudeste concentra 37% dos casos e 55% dos libertados. Já o Centro-Oeste tem 22% e 24%, respectivamente. As duas regiões têm também o maior número de menores de idade envolvidos na prática – 17 cada.
De acordo com a CPT, a pecuária foi a atividade econômica que mais usou mão de obra escrava em 2021. Responde por 23% do total de ocorrências, seguida das lavouras permanentes (19%), lavouras temporárias (18%) e produção de carvão vegetal (11%).
Se houvesse investimento, as ações de combate ao trabalho escravo seriam ainda mais eficazes. O quadro de auditores fiscais do trabalho teve queda de 44% do seu efetivo normal em todo o Brasil (estão preenchidos hoje apenas 2.039 dos 3.644 cargos criados em lei).