Apesar do sucateamento e do corte de R$ 1 bilhão que estava previsto para 2022, o Detrae (Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo) do Ministério do Trabalho e Previdência continua trabalhando para resgatar pessoas. Segundo o órgão, no ano passado, 1.937 trabalhadores brasileiros foram identificados em condição análoga à escravidão e resgatados.
Somente em uma única fazenda, no Distrito Federal, a Detrae resgatou 116 trabalhadores que estavam em condições degradantes na extração de palha de milho para fabricação de cigarros artesanais.
O aumento do número de resgates se deve à intensificação da Detrae de ações conjuntas com o Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, que atuam no combate ao trabalho escravo. Porém o trabalho está em risco. Além do corte no orçamento, o governo não realiza concurso público para auditor fiscal do trabalho – 50% desses cargos estão vagos atualmente.
Os dados refletem a situação crítica que o país enfrenta, já que com o crescimento da vulnerabilidade social, aumenta também o risco de submissão de pessoas ao trabalho escravo contemporâneo. A exploração se dá também com o avanço de atividades ilegais, como o garimpo, e do desmatamento, assim como em fazendas de difícil acesso, impedindo a fiscalização.
Fonte: SBBA