Ao contrário do que ocorreu com outras datas comemorativas, o dia Internacional da mulher não foi criado para comércio. O dia da mulher é uma construção histórica que remonta mais de um século em uma sucessão de eventos teóricos/práticos importantes.
A professora Maria Lygia Quartim de Moraes, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) nos diz assim sobre com tudo começou:
“Em 1910, por ocasião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhagen, Clara Zetkin, professora alemã, jornalista e militante política, que então era presidente da Secretaria Internacional das mulheres socialistas, foi coautoria de uma resolução (aprovada por unanimidade) em que se exigia “direito a voto; igualdade de oportunidades e de salários para igual trabalho, proteção social à mulher e à criança e a criação de um dia internacional das mulheres. A partir dessa decisão o dia da mulher passou a ser comemorado em várias partes do mundo, reunindo milhares de pessoas.”
Outro importante evento foi a 1ª greve geral no Brasil e que foi iniciada por mulheres, como nos mostra a Professora Maria Lygia:
“Décadas antes da consolidação das leis trabalhistas no Brasil (CLT), em junho de 1917, as operárias do Cotonifício Rodolfo Crespi, indústria têxtil de São Paulo, paralisaram suas atividades por melhores condições de trabalho e em protesto por seus salários serem muito inferiores aos de seus companheiros do sexo masculino. A violenta repressão contra as manifestações em apoio ao movimento grevista causou a indignação popular e levaram à primeira greve geral de trabalhadores do Brasil.”
Portanto, o dia 8 de março é um dia de reconhecimento pelas conquistas das mulheres que lutaram pelas conquistas até aqui, mas é sobretudo um dia de reflexão e mobilização para a continuidade da construção, pois os direitos conquistados estão sob sérios ataques. Ainda mais em uma sociedade que insiste em desigualdades de tratamento, de remuneração e a brutal violência contra as mulheres.
Salve salve o 8 de Março e a luta por respeito as mulheres.
Por: Paulinho Silva, (Presidente dos Bancários de Itabuna e Região)