Bancários e suas representações sindicais realizaram, nesta terça-feira (29), um Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida, por Melhores Condições de Trabalho e por Contratações pelo banco Santander. Ocorreram manifestações em agências e departamentos do banco em todo o país. Na parte da tarde, as manifestações ocorreram pelas redes sociais.
Pandemia não acabou
O estopim para as manifestações foi a convocação pelo banco de todos os trabalhadores, mesmo os que têm doenças que podem ser agravadas pela Covid-19, incluindo grávidas e funcionários não vacinados, para o trabalho presencial a partir de 4 de abril.
No dia 18, depois de o banco ter convocado todos seus funcionários para retornar ao trabalho presencial, o movimento sindical e enviou uma carta ao banco reforçando a posição contrária ao retorno e elencando reivindicações na tentativa de minimizar os impactos e riscos para esse grupo.
Acompanhe abaixo o trecho da carta que fala sobre as reinvindicações.
Reivindicamos:
– Documento técnico realizado e assinado pela equipe médica que assessora as
decisões do banco Santander. Este documento deve conter as medidas técnicas
que asseguram um ambiente de trabalho que garanta as condições de saúde
coletiva e da vida dos trabalhadores de maior risco.
– Que o Santander se abstenha de convocar o retorno desses trabalhadores e
suspenda os efeitos do comunicado emitido em 15/03/2022 com previsão de retorno
para até 04/04/2022.
– Caso se mantenha a convocação, pedimos que:
1. Os trabalhadores portadores das doenças classificadas na Portaria 14 (conforme
abaixo descrito) sejam dispensados do trabalho presencial, pois nestes casos, a
contaminação pode resultar em óbito e ou sequelas gravíssimas e irreversíveis;
São consideradas condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações da COVID-19: cardiopatias graves ou descompensadas (insuficiência cardíaca, infartados,
revascularizados, portadores de arritmias, hipertensão arterial
sistêmica descompensada); pneumopatias graves ou
descompensadas (dependentes de oxigênio, portadores de
asma moderada/grave, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica –
DPOC); imunodeprimidos; doentes renais crônicos em estágio
avançado (graus 3, 4 e 5); diabéticos, conforme juízo clínico, e
gestantes de alto risco.
• O trabalho remoto deve ser mantido para o máximo de pessoas
possível;
• As pessoas não vacinadas e/ou grávidas e puérperas devem
ser mantidas em trabalho remoto;
• Que o banco suspenda a obrigatoriedade de assinatura e
adesão ao termo de responsabilidade, imposta aos trabalhadores NÃO
vacinados, pois não se trata de responsabilidade individual e sim coletiva e
institucional;
• As pessoas em trabalho presencial infectadas devem ter a CAT
emitida, com exceção dos casos em que a relação entre o trabalho e a
doença possa ser descartada e devidamente comprovada;
• O banco deve manter campanha interna permanente de
estímulo à vacinação;
• Todos os trabalhadores convocados para retornar devem
apresentar laudo do médico assistente que defina as condições de retorno.
Caso o laudo impeça o retorno, o mesmo deve ser respeitado e estes
trabalhadores mantidos em trabalho remoto;
• Todos os trabalhadores devem ser submetidos ao exame
periódico com o médico do trabalho, antes do retorno;
• Solicitamos número atualizado, por unidade da federação, de
funcionários classificados como grupo de risco. Não é necessário identificar o
trabalhador nem a doença que porta.
• Solicitamos cópia do protocolo que contemple estes itens, de
forma que possamos apreciar e auxiliar na orientação aos bancários;
Lembramos mais uma vez, da responsabilidade legal do banco Santander e de sua
equipe médica em todas as decisões tomadas e implementadas no ambiente de
trabalho. Reiteramos que estas decisões não são exclusivamente relacionadas ao
negócio, mas que interferem radicalmente nas condições de saúde e também na
garantia da vida.