O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entregou seu pedido de demissão na tarde de ontem ao presidente da república, Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada depois que várias empregadas do banco o acusaram de assédio sexual.
A saída de Pedro Guimarães da presidência da Caixa não é suficiente. É necessário apurar os fatos, houve denuncias de órgãos internos, porém as mesmas não foram encaminhadas, é necessário saber o motivo.
Entenda o caso
Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa, informação divulgada terça-feira (28), pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo.
Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, romperam o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), do assédio sexual que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato.
Daniella Marques assume apresidência
De olho nas eleições de outubro próximo, Jair Bolsonaro escolheu uma mulher para ser a nova presidente da Caixa. Quem assume o lugar de Pedro Guimarães é Daniella Marques.
Com a mudança, Bolsonaro tenta apagar o fogo gerado pelo amigo e ganhar a simpatia do eleitorado feminino, onde a rejeição ao presidente da República passa da metade. Embora tenha tentado dar uma grande cartada, dificilmente vai surtir efeito. Ele é velho conhecido por fazer declarações machistas e misóginas.
A mudança na presidência da Caixa não altera a atual política de desmonte da instituição financeira. Formada em Administração, Daniella Marques é braço-direito de Paulo Guedes, ministro da Economia. Atuou por 20 anos no mercado financeiro, já tendo sido sócia de Paulo Guedes na Bozano Investimentos. Portanto, a agenda ultraliberal vai seguir.