As mulheres representam 70% dos endividados no Brasil, segundo aponta pesquisa realizada pela empresa Paschoalotto, especializada em cobrança de débitos. Por trás do indicador está a combinação dos juros altos cobrados no país e a inflação que corrói a renda com os salários inferiores aos dos homens e o maior desemprego entre as mulheres.
Menor participação no mercado de trabalho
Levantamento realizado pela FGV Ibre com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2021 apontou que a taxa de desemprego entre as mulheres foi de 16,45%, acima da média já alta da população, de 13,20%.
Com isso, a proporção de mulheres que estavam no mercado de trabalho, que era de 54,4% em 2019, caiu para 49,45% durante a pandemia, inferior ao início da série histórica, em 2012, quando era de 51,58%. Em 2021, houve uma leve melhora para 51,56%. Contudo, os números são cerca de 20 pontos percentuais inferiores aos dos homens que, em 2012, tinham 74,51% de participação. Em 2020, esse índice era de 69,78% e aumentou para 71,64% em 2021.
Além do desemprego ser maior entre as mulheres, agravou-se a desigualdade salarial em relação aos homens. Levantamento realizado pela consultoria IDados, com base na PNAD, constatou que as mulheres ganharam em média 20,50% a menos do que os homens no 4º trimestre de 2021, contra 19,70% a menos no final de 2020. Na amostragem utilizada para a comparação a empresa considerou os mesmos perfis de atividade, experiência e escolaridade dos profissionais. Na média da população, entretanto, é mais alta a escolaridade das mulheres. Entre os homens com 25 anos ou mais de idade, 15,1% têm ensino superior completo. Já entre as mulheres na mesma faixa etária, 19,4% completaram o ensino superior, segundo o IBGE.
Fonte: Vermelho