Os bancos fecharam 1.227 postos de trabalho entre março e junho de 2022. Junho, com 385 empregos a menos, foi o quarto mês consecutivo com saldo negativo no setor. Os dados são do estudo “Saldo de Empregos no Setor Bancário”, feito pelo Dieese, com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Nos últimos 12 meses, porém, o saldo ainda é positivo em 7,4 mil postos, decorrente das contratações da Caixa, por decisão judicial, de aprovados no concurso de 2014. No semestre, o saldo também é positivo em 2.352 mil vagas.
No primeiro semestre do ano, excluídos os registros da Caixa, o saldo foi favorável em 1.409 vagas. As principais contratações foram para escriturário (5.908), caixa (2.104) e gerente de contas (1.997). Os mesmos cargos também apresentaram mais desligamentos, porém em ordem diferente: gerente de contas (3.009), caixa (2.246) e escriturário (1.685).
De acordo com o Dieese, 22 estados apresentaram saldo negativo de empregos, com destaque para Rio de Janeiro (142 postos), Rio Grande do Sul (63) e Sergipe (62). A Bahia perdeu 25 postos de trabalho.
Em junho, as demissões afetaram mais as mulheres (357 postos) que os homens (28). Entre os mais jovens, com até 29 anos, ocorreu acréscimo de 782 vagas, enquanto o movimento foi inverso nas faixas etárias superiores, com o encolhimento de 1.167 vagas. O salário médio de um bancário admitido em junho foi de R$ 5.721 enquanto o do desligado era de R$ 6.479. Assim, quem foi contratado passou a ter um ganho de 88,3% de quem foi desligado.
Os números comprovam a alta rotatividade na categoria e a desigualdade na demissão de mais mulheres e a contratação de mais homens. Os bancos mantêm também a política de tentar reduzir custos, demitindo bancários com mais experiência e melhores salários, para contratar trabalhadores em início de carreira por salários mais baixos.
Tudo isso, para engordar ainda mais os lucros, que já são extraordinários.}