O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou ao menos R$ 697 mil com cartão corporativo entre agosto e novembro durante atividades de sua campanha eleitoral, de acordo com notas fiscais identificadas pelo UOL.
As planilhas dos gastos foram divulgadas em resposta à agência Fiquem Sabendo por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). As notas estão em relatórios classificados como “atividade eleitoral”.
Em sua primeira agenda de campanha na Bahia, em agosto, Bolsonaro fez uma motociata em Vitória da Conquista. Naquele dia, o ex-chefe do Executivo esteve com ao lado de João Roma (PL), que era candidato ao governo baiano, e, com o cartão corporativo, gastou R$ 50 mil só em lanches.
Foram 1.024 lanches e 512 barras de cereal. Além disso, para garantir a segurança presidencial, cerca de 50 pessoas se hospedaram por três dias no município, o que acrescentou mais R$ 44,7 mil à fatura do cartão corporativo.
Em Teófilo Otoni, Minas Gerais, onde subiu em um palanque eleitoral a quatro dias do segundo turno, o ex-capitão gastou R$ 63 mil em hospedagem, lanches e um “cercadinho para proteção”. Já em São Paulo, o ex-mandatário desembolsou R$ 64 mil com cartão corporativo.
Ele visitou duas igrejas da Assembleia de Deus em 4 de outubro. No dia 12 do mesmo mês, o ex-presidente foi até Aparecida (SP), onde gastou R$ 40.255,80, sendo R$ 18 mil com hotel e R$ 15.946,80 com lanches.
Bolsonaro ainda desembolsou R$ 20.312 em outro evento classificado como “atividade eleitoral” em Fortaleza (CE). Em Belo Horizonte, foi identificado um pagamento de R$ 8.650 para um delivery de iFood e mais R$ 2.000 com um outro “cercadinho”.
Vale destacar que o PL, partido do ex-capitão, devolveu à União R$ 4,8 milhões referentes a transporte e deslocamento de Bolsonaro em 48 eventos eleitorais. No entanto, o ex-presidente teve ao menos 80 agendas no período da campanha.
O cartão corporativo também foi usado durante a pré-campanha. O ex-chefe do Executivo gastou R$ 51.689 em 9 de julho para ficar três horas e 20 minutos em Uberlândia (MG).
Fonte: DCM