Uma ação do Ministério do Trabalho em São Paulo ocorrida entre os dias 6 e 10 de março em municípios da região de Ribeirão Preto e Franca flagrou mais de 200 trabalhadores na mais completa informalidade. As ações ocorreram em propriedades em Morro Agudo, São Joaquim da Barra, Ituverava e Jeriquara em atividades relacionadas ao plantio de cana-de-açúcar, que fornecem parte da demanda das usinas sucroalcooleiras da região.
Segundo o coordenador de fiscalização do trabalho rural, auditor fiscal do Trabalho, Fernando da Silva, todos os 200 trabalhadores estavam atuando sem registro formal de emprego, além de diversas outras irregularidades.
O grupo também não dispunha de equipamentos de proteção individual e ferramentas, trabalhavam sem qualquer instalação sanitária, abrigo ou local para refeição, além de problemas no fornecimento e água potável e fresca. A inspeção interditou várias áreas das frentes por risco de acidentes graves, como caminhões deslocando-se pela área de plantio, levando trabalhadores posicionados em pé sobre a carga de cana-de-açúcar.
O coordenador explicou que ao longo do ano de 2022 foram realizados eventos de conscientização antes do início das fiscalizações, apresentando os principais problemas relacionados à contratação de mão de obra neste setor, itens de segurança e saúde no trabalho e orientações gerais para a atividade.
Ele relembrou que, recentemente, 32 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à de escravo em uma fazenda em Pirangi, interior de São Paulo, que fornecia cana-de-açúcar a usina da região. Trazidos do interior de Minas Gerais, os trabalhadores tiveram de arcar com o custo do transporte, não recebiam alimentação adequada, não receberam os salários acordados, além de parte deles ter sido alojada em um açougue.
Fonte: CTB