O trabalho intermitente, criado com a reforma trabalhista sob o falso argumento de gerar emprego, trouxe uma série de prejuízos aos brasileiros. Além de não garantir direitos básicos, como férias, a modalidade reduz significativamente o salário.
Os dados do Rais (Relação Anual de Informações Sociais), agrupados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), escancaram a dura realidade. Cerca de 20% dos vínculos firmados em 2021 não tiveram qualquer remuneração.
O que significa que um em cada cinco contratos não tem salário. É o que se pode chamar de escravidão moderna. Na análise geral, o rendimento médio dos contratos foi de apenas R$ 888,00. Menor do que o salário mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.
O relatório revela que a duração média dos contratos foi de cinco meses, sendo três meses de trabalho e dois de espera. O mais preocupante é que o número de contratos intermitentes segue em crescimento, ainda que represente 0,50% do estoque de vínculos no mercado de trabalho brasileiro.
Vale lembrar que o movimento sindical sempre denunciou os problemas da reforma trabalhista. A nova legislação fragilizou as relações de trabalho, deixou o cidadão vulnerável às empresas, retirou direitos, reduziu salários e não gerou os empregos prometidos.
Fonte: SBBA