BOLSONARO PEDE PARA FRAUDAR URNAS E OFERECE INDULTO, DIZ HACKER NA CPMI

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O hacker Walter Delgatti deixou perplexos nesta quinta-feira (17) os parlamentares e os telespectadores que acompanham seu depoimento na Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, a CPMI do Golpe.

De acordo com ele, o ex-presidente Bolsonaro lhe pediu para fraudar as urnas, ofereceu indulto caso fosse preso e ainda colocou à sua disposição os técnicos do Ministério da Defesa.

“Nessa reunião, a ideia era falar sobre as urnas e sobre a eleição, e sobre a lisura das urnas. E a conversa, ela foi bem técnica, até que o presidente me disse, falou assim: ‘Olha, a parte técnica eu não entendo, então, eu irei enviá-lo ao Ministério da Defesa, e lá, com os técnicos, você explica tudo isso”, revelou Degaltti sobre a conversa com ex-presidente.

“Ele me disse que eu estaria ajudando a salvar o Brasil”, afirmou. “A ideia era de que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido o indulto a um deputado federal [Daniel Silveira] e como eu estava com cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto”, continuou.

Bolsonaro também pediu a ele que assumisse o grampo que já havia sido feito contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O hacker contou ainda que o marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, pediu-lhe para elaborar um  código-fonte fake para apontar fragilidade na urna eletrônica numa reunião pública, o que iria demonstrar, falsamente, a fragilidade das urnas.

A relatora pergunta se se tratava de de um código-fonte fake criado por ele. “Exatamente, e essa apresentação iria explicar à sociedade, a quem estivesse lá no dia 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir um outro voto. Então, a ideia era essa”, disse.

Delgatti confirmou também que o relatório entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo Ministério da Defesa revelando a possibilidade de fraude nas urnas foi autoria dele.

“Esse relatório e outros, porque na época havia relatórios de um argentino que fez uma live, um relatório, e também outros relatórios que pegavam o resultado da eleição que estava no site do TSE e faziam relatórios. […] A ideia dele era que eu fosse no relatório, fosse até o site e confirmasse se realmente aquele dado que estava no relatório constava no site do TSE. Então, por diversas vezes eu realizei essa autenticação de relatório a ele”, revelou.

O hacker também confirmou que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir os sistemas do poder Judiciário.

“Eu quero finalizar e dizer que o depoimento de hoje é um depoimento muito importante para os trabalhos desta CPMI, bombástico. As informações que são trazidas a esta comissão são informações absolutamente sérias e são informações que estão em torno do ponto central desta CPMI, que é exatamente o questionamento do resultado eleitoral, a tentativa de emplacar uma vulnerabilidade e a busca de pessoas que já tinham histórico em relação à invasão, para que legitimasse claramente uma narrativa que é incompatível com a realidade em relação ao processo da segurança eleitoral”, afirmou a relatora.

Ela apresentou requerimento para quebra do sigilo telemático das pessoas que fizeram parte das reuniões.

Fonte: Vermelho

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