O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provavelmente irá vetar o projeto do marco temporal para a demarcação de terras indígenas e, consequentemente, devolver a questão ao Congresso, para que este continue o embate com o Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com aliados e interlocutores do petista, a justificativa para o veto será pautada em uma consideração política crucial: a posição de seu eleitorado, que não aceitaria uma postura distinta por parte do governo. A informação foi divulgada pela colunista Roseann Kennedy, do Estadão.
Nessa estratégia, Lula permitirá que sua base aliada no Congresso tenha liberdade para derrubar o veto, ciente de que tal ação teria efeito limitado, uma vez que a nova lei provavelmente será contestada no Supremo.
A posição da Corte já se encontra firmemente estabelecida: enquanto o Congresso defende a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, o Supremo se posiciona em oposição a ela.
O STF, que já rejeitou a tese por 9 votos a 2, iniciou discussões sobre como aplicar as regras de demarcação de terras indígenas com base nesse entendimento. Por outro lado, o Senado aprovou o projeto de Lei sobre o tema por 43 votos contra 21 após pressão da bancada ruralista e dos oposicionistas.
Segundo os termos da proposta, os povos indígenas somente poderão reivindicar a posse de terras que ocupavam de forma permanente até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.
Fonte: DCM