Por conta do envolvimento histórico na escravidão no país, capítulo que teve impacto duradouro nas consequências sociais, o Banco do Brasil está sob processo. A instituição financeira foi notificada pelo MPF (Ministério Público Federal) para responder a uma série de questões em inquérito civil público que investiga a participação no maior crime contra a humanidade do século 19.
Desde a criação em 1808, o BB esteve ligado ao tráfico de pessoas, obtendo receitas de taxas cobradas de embarcações envolvidas no comércio de escravos. Além disso, a concessão de títulos de nobreza pelo governo imperial a escravocratas e comerciantes ilegais que depositavam dinheiro no banco incentivava ainda mais o comércio de seres humanos.
É importante lembrar que escravizados eram usados como garantia em empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil. Com isto, traficantes de escravos, como José Bernardino de Sá, João Pereira Darigue Faro (Visconde do Rio Bonito) e João Henrique Ulrich, tinham ligações com o BB.
Estima-se que Bernardino de Sá contrabandeou cerca de 20 mil africanos, enquanto João Pereira Darigue Faro detinha 540 escravizados em nome da família. Para reconhecer os erros do passado, o Banco do Brasil deve tomar atitudes que tenham como objetivo reparar a tragédia contra os negros.
Fonte: SBBA