O Brasil voltou a abordar temas que vão de encontro com a realidade da maioria das brasileiras no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), abrindo discussões para questões essenciais. Em 2023, o destaque foi para os “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que as mulheres dedicam 21,3 horas semanais a afazeres domésticos. Quase o dobro do tempo dedicado pelos homens, de 11,7 horas. A jornada dupla, às vezes, tripla, sobrecarrega as mulheres, especialmente as pretas, e amplia as barreiras para entrada equitativa no mercado de trabalho e participação em espaços sociais dominados por homens.
Diante da realidade, o Brasil, sob o governo Lula, busca referências internacionais, como Argentina e Colômbia, que reconhecem o cuidado materno como tempo de serviço.
Experiências em Bogotá (Colômbia) mostram a implementação de “Quarteirões do Cuidado”. O país discute propostas como ampliação da licença-maternidade, licença-paternidade e metas educacionais para mitigar o trabalho não remunerado.
Atualmente, a cobertura de creches para crianças de 0 a 3 anos no Brasil está em 35%, e a proposta em debate é ampliar a cobertura para 50%. Além disso, a licença-paternidade, atualmente de apenas 5 dias para trabalhadores com carteira assinada, é nada.
Fonte: SBBA