Em um ano marcado por extremos climáticos, o Brasil enfrentou um recorde alarmante de desastres naturais em 2023, deixando um rastro de destruição e impactando milhares de vidas. Segundo informações divulgadas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foram registrados 1.161 eventos, sendo 716 (61,7%) associados a desastres hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 (38,3%) de origem geológica, como deslizamentos de terra.
Alertas de desastres
O Cemaden, que monitora ininterruptamente 1.038 municípios, representando 18,6% das cidades brasileiras e abrangendo 55% da população nacional, emitiu um total de 3.425 alertas ao longo de 2023. Destes, 1.813 (52,9%) foram alertas hidrológicos, enquanto 1.612 (47,1%) foram alertas geológica. Este é o terceiro maior quantitativo de alertas desde a criação do Centro em 2011.
Os impactos desses desastres não se limitam aos números impressionantes de ocorrências e alertas, mas têm reflexos diretos na vida das pessoas. Petrópolis lidera o trágico ranking de municípios mais afetados, recebendo 61 alertas, seguido de São Paulo com 56 e Manaus com 49.
Impactos
A gravidade da situação reflete-se nas trágicas estatísticas: pelo menos 132 vidas foram perdidas, 9.263 pessoas ficaram feridas e mais de 74 mil brasileiros foram desabrigados. No total, 524 mil pessoas ficaram desalojadas. As regiões mais afetadas incluem o Sul do país, regiões metropolitanas das grandes capitais, vale do Maranhão, sudeste do Pará e municípios ribeirinhos do rio Amazonas.
Além disso, os prejuízos econômicos causados pelos desastres se aproximam de R$ 25 bilhões, somadas as áreas pública e privada. Já em termos danos materiais, o sistema aponta para mais de R$5 bilhões em obras de infraestrutura e instalações públicas e unidade habitacionais.
Fonte: Vermelho