JANEIRO DE 2024 TEM NOVO RECORDE DE CALOR E AMEAÇA METAS CLIMÁTICAS GLOBAIS

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O mês de janeiro de 2024 se destacou como o 8º mês consecutivo de quebra de recordes de calor, alertaram os cientistas do observatório europeu Copernicus. Essa sequência histórica tem implicações preocupantes para o clima global, colocando em risco as metas climáticas estabelecidas para conter o aquecimento global.

Desde junho do ano anterior, cada mês tem sido mais quente que seu antecessor, culminando em um ano de 2023 que foi classificado como o mais quente da história. Agora, com janeiro de 2024 seguindo essa tendência, os especialistas do Copernicus expressam crescente preocupação com as mudanças climáticas.

O ano de 2023 foi marcado por eventos climáticos extremos, como a seca histórica na Amazônia, incêndios florestais devastadores no Canadá e alagamentos na China. O fenômeno El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico, pode explicar parte desse calor, mas análises indicam que a temperatura global já estava alta mesmo sem considerar a intensidade desse fenômeno. Embora o fenômeno El Niño tenha começado a enfraquecer, as temperaturas médias globais da superfície do mar no mês passado continuaram a ser as mais altas já registradas para um mês de janeiro.

“Reduções rápidas nas emissões de gases de efeito estufa são a única maneira de impedir o aumento das temperaturas globais”, enfatizou Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S). Ela destacou a urgência de ações concretas para enfrentar essa crise climática que ameaça o planeta.

O Copernicus utiliza registros diários de temperatura global que remontam até 1940, agregando bilhões de medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas para monitorar o estado do clima global. Este último mês marcou o oitavo mês consecutivo em que o recorde de temperatura para o respectivo mês foi quebrado.

Os dados do observatório europeu mostram que a temperatura média global nos últimos doze meses, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, é a mais alta já registrada, superando a média pré-industrial em 1,52°C. Essa marca alarmante ressalta a gravidade da situação climática atual.

De maneira alarmante, pela primeira vez, o mundo registrou um dia com a temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial. Julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.

Além do aumento das temperaturas terrestres, os oceanos também estão sentindo os impactos das mudanças climáticas. A temperatura média da superfície do mar global em janeiro de 2024 atingiu 20,97°C, estabelecendo um novo recorde para o mês e evidenciando o aquecimento contínuo dos mares.

Acordo de Paris

Esses recordes de calor consecutivos refletem não apenas uma tendência de curto prazo, mas também indicam uma trajetória preocupante para o clima global. A quebra contínua de recordes ressalta a urgência de ações significativas para mitigar as mudanças climáticas e seus impactos devastadores.

Apesar dos esforços globais estabelecidos no Acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global a 1,5°C, o mundo ainda não violou formalmente essa meta. No entanto, os contínuos recordes de calor destacam a urgência de ações decisivas para proteger o planeta e suas futuras gerações dos impactos devastadores das mudanças climáticas.

O Acordo estabeleceu metas ambiciosas para limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C, e a comunidade internacional deve intensificar seus esforços para alcançar esses objetivos. Embora o desafio seja imenso, os cientistas acreditam que ainda há tempo para agir. No entanto, é crucial que os líderes mundiais e a sociedade como um todo adotem medidas decisivas para enfrentar a crise climática e proteger o futuro do planeta e das gerações futuras.

Fonte: Vermelho

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