ATOS EM DEFESA DA DEMOCRACIA MOBILIZAM O BRASIL NO SÁBADO (23)

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As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, em conjunto com centrais sindicais e diversos movimentos sociais e entidades, estão convocando a população para um ato em defesa da democracia, marcado para o próximo dia 23 de março.

O “Dia de Mobilização Nacional” tem como objetivo expressar a voz da sociedade em favor dos valores democráticos e contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário, lembrando os 60 anos do golpe e pedindo punição aos golpistas do 8 de janeiro de 2023, que foram condenados pela invasão e destruição das sedes dos três poderes em Brasília.

Movimentos sociais reunidos nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, juntamente com partidos progressistas, definiram um calendário para o mês de março, culminando com mobilizações no dia 23 por todo o país, com destaque para Salvador e São Paulo, com atos por todas as principais cidades do país.

Uma das principais pautas do ato é a exigência de que não seja concedida anistia aos golpistas, reforçando o compromisso com a justiça e a responsabilização por quaisquer violações à ordem democrática. Sob as bandeiras “Punição para os golpistas: sem anistia”, “Ditadura Nunca Mais”, “Em memória dos 60 anos do Golpe” e “Contra o Genocídio na Palestina”, a manifestação busca enviar uma mensagem clara de que não há espaço para impunidade frente a atos que atentem contra os princípios fundamentais da democracia. Além disso, destaca a solidariedade internacional e a preocupação com os direitos humanos em um contexto global.

O ato coincide com a proximidade dos 60 anos do golpe militar de 1º de abril de 1964, destacando a importância de sempre relembrar os danos causados pela ditadura, que atrasaram o desenvolvimento, aprofundaram as desigualdades e restringiram as liberdades.

Durante a ditadura, as auditorias da Justiça Militar receberam 6 mil denúncias de tortura e estimativas apontam que houve pelo menos 20 mil casos. Um período da história que não pode ser esquecido. A Comissão Nacional da Verdade listou 191 mortos e o desaparecimento de 210 pessoas, em 2014. Outros 33 desaparecidos tiveram seus corpos localizados posteriormente, num total de 434 pessoas que foram brutalmente assassinadas pelos militares.

Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou mais de 80 pessoas que participaram da invasão e destruição das sedes dos três poderes em Brasília (DF), no início do ano passado. À época, os criminosos protestavam contra os resultados das urnas, quando a maioria dos brasileiros e brasileiras elegeu, pela terceira vez, Lula presidente.

Já outra investigação em curso busca encontrar os responsáveis pelo plano de golpe de Estado – também fracassado – em que membros do então governo do ex-presidente tentaram impor um regime autoritário ao país. Diante dos avanços das investigações, a bancada da extrema direita no Congresso Nacional chegou a sinalizar um projeto de lei para anistiar os envolvidos.

Fonte: Vermelho

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