1º ENCONTRO DA DIVERSIDADE DA BAHIA E SERGIPE PROMOVE DEBATE HISTÓRICO

0 166

Um evento para entrar para a história. Assim foi o 1º Encontro da Diversidade LGBTQIAPN+ d@s Bancári@s da Bahia e Sergipe realizado no sábado (13/4), em Salvador. Com debates importantes e muita descontração, o evento reuniu 64 participantes que puderam trocar experiências e sugerir propostas para serem discutidas durante a campanha nacional da categoria.

Com o tema vida, militância e desafios da comunidade LGBTQIAPN+, a primeira mesa de debate do evento contou com as exposições do ativista LGBTQIAPN+ Genilson Coutinho, que é criador do site Dois Terços; do comunicador e consultor de diversidade e inclusão Onã Rudá e da atriz e presidente da UNALGBT Bahia Lívia Ferreira. A mediação foi da diretora do Sindicato da Bahia, Patrícia Ramos.

Centrada no compartilhamento de experiências, os debatedores mostraram através de suas histórias de vida e militância as dificuldades enfrentadas pela comunidade LGBTQIAPN+ para garantir direitos básicos, como respeito à sua orientação sexual, à educação ao trabalho e a ocupação dos espaços de poder.

A primeira mesa da tarde foi sobre avanços e retrocessos no parlamento brasileiro para a comunidade LGBTQIAPN+, que teve a mediação do bancário da base de Sergipe Daniel Vinícius dos Santos.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e vereador em Salvador, Augusto Vasconcelos, foi o primeiro a falar e mostrou, através do caso do Plano de Cultura da capital baiana, a dificuldade de aprovar projetos que incluam esse segmento da população. Ele alertou também para o crescimento da extrema direita e como isso coloca em riscos os direitos conquistados pelos LGBTQIAPN+, não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo.

A segunda intervenção foi da ativista Milena Passos, a primeira mulher trans a ocupar um cargo de destaque no governo da Bahia. Em sua exposição ela destacou a necessidade de eleger pessoas comprometidas com a causa da comunidade LGBTQIAPN+, para a mudar o quadro preocupante do Brasil, que é um dos países que mais matam homossexuais no mundo.

Já o jornalista Marcos Verlaine fez uma abordagem mais ampla sobre a situação da comunidade LGBTQIAPN+, mostrando que a conquista de direitos depende da eleição de parlamentares e governantes que invistam em políticas para melhorar as condições de vida de toda a população.

A última mesa do Encontro abordou os direitos assegurados para o segmento LGBTQIAPN+ na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, que foi mediada pela diretora do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região, Marcella Meneses Silva. Além de Marcela, participaram do encontro os diretores  Roberta Liliana, Fagner Lima, Wendel Porto.

A primeira a falar foi a advogada Tatiana Rossini, especialista em direitos trabalhistas, que mostrou como a categoria conseguiu avançar nessa pauta, garantindo direitos como a licença maternidade para casais homoafetivos de mulheres, autorização da inclusão de parceiros do mesmo sexo no plano de saúde e direito ao uso do nome social nos crachás, cartões de visitas, e-mails e portais internos.

Em seguida, a advogada Ângela Mascarenhas falou sobre os direitos dos casais homoafetivos diante a Previdência Social, esclarecendo que o órgão tem reconhecido o direito à pensão por morte e também a licença maternidade. No segundo caso, apenas uma das mães tem direito ao benefício. Para ela, a maior desafio é vencer o preconceito, que muitas vezes dificulta o acesso a estes direitos.

A mesa foi encerrada com a exposição do presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, que falou sobre os artigos 67, 68, 69 e 70 da minuta de reivindicações dos bancários, apresentada aos bancos na campanha para renovação da CCT em 2022, que tratam da garantia da igualdade de oportunidades para todos os trabalhadores, independentemente de raça, cor ou orientação sexual.

Neto atualizou também as discussões sobre o tema no Comando Nacional dos Bancários, além de informar que a Feebbase vai levar as propostas apresentadas pelos participantes do Encontro da Diversidade para que possam ser debatidas durante a 26ª Conferência Interestadual, que acontecerá nos dias 18 e 19 de maio. Após aprovadas, elas serão levadas para Conferência Nacional, onde poderão ser incluídas na pauta de reivindicações da categoria para campanha salarial deste ano.

Este evento é de grande importância para reiterar o apoio dos sindicatos e federação a comunidade LGBTQIAPN+, além de promover debates importantes sobre direitos, projeção de futuro nas pautas trabalhistas e garantir a representatividade e respeito.

Fonte: Feebbase

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.