Em um cenário de extrema disparidade econômica, os bancos brasileiros alcançaram lucro recorde de R$ 144 bilhões em 2023, aumento de 5% em relação ao ano anterior.
O aumento do lucro de quatro gigantes do setor financeiro – Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú – ocorreu em um contexto de taxa básica de juros elevada, fixada pelo Banco Central em 13,75% ao ano até meados de junho de 2023. Embora a Selic tenha começado a cair em agosto, terminando o ano em 11,75%, o patamar permanece alto em termos internacionais, o que agrava o custo do crédito para consumidores e empresas. Hoje está em 10,50%.
A autonomia do Banco Central, sob a presidência de Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido o ponto fraco da economia. Uma verdadeira sabotagem.
Enquanto os cofres enchem, empregos são cortados, sem contar com o fechamento de agências. Em 2023 setor bancário eliminou 6.315 postos de trabalho. Nos últimos três anos os cinco maiores bancos do Brasil fecharam mais de 2,5 mil unidades.
Em um país marcado por profundas desigualdades sociais, os lucros astronômicos dos bancos são um reflexo perturbador de um sistema que prioriza os interesses dos poderosos em detrimento das necessidades da população.
Os dados são do Relatório de Economia Bancária do Banco Central, divulgado ontem (06/06).
Fonte: SBBA