Em janeiro, a Corte Internacional de Justiça decidiu em uma audiência preliminar ser “plausível” que Israel tenha cometido atos que violaram a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
Toda a Faixa de Gaza está a sofrer com a fome, afirmaram dez importantes especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), em um comunicado divulgado na terça-feira (9).
“Declaramos que a campanha intencional e direcionada de Israel contra o povo palestino é uma forma de violência genocida e resultou na fome em toda Gaza”, disse o grupo que incluía Michael Fakhri, relator especial sobre o direito à alimentação, Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos no território palestino ocupado desde 1967, Paula Gaviria Betancur, relatora especial sobre os direitos humanos dos deslocados internos, e outros.
O grupo de especialistas não representa a ONU como um todo, mas declarou que a fome em Gaza não pode mais ser negada, ressaltando três crianças que morreram recentemente de desnutrição em Gaza.
“Fayez Ataya, que tinha apenas seis meses de idade, morreu em 30 de maio de 2024 e Abdulqader Al-Serhi, de 13 anos, morreu em 1º de junho de 2024 no Hospital Al-Aqsa em Deir al-Balah. Ahmad Abu Reida, de nove anos, morreu em 3 de junho de 2024 na tenda que abrigava sua família deslocada em Al-Mawasi, Khan Yunis. Todas as três crianças morreram de desnutrição e falta de acesso a cuidados de saúde adequados”, enfatiza o comunicado.
A declaração ainda aponta que “com a morte destas crianças por fome, apesar do tratamento médico, no centro de Gaza, não há dúvida de que a fome se espalhou do norte de Gaza para o centro e sul de Gaza”.
O comunicado acusou Israel de realizar uma “campanha de fome intencional e direcionada contra o povo palestino”, que foi chamada de “uma forma de violência genocida” que espalhou a fome “por toda Gaza”.
Fonte: Sputnik Brasil