As centrais sindicais estão convocando uma mobilização nacional pela redução da taxa de juros da economia para o próximo dia 30 de julho, primeiro dia de reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC), órgão que define a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 10,5%. As manifestações devem ocorrer em todas as cidades com agências do BC.
As altas taxas de juros reais praticadas em nosso país deprimem o consumo e os investimentos, impacta de forma negativa o orçamento público e constituem, por tudo isto, um grande obstáculo ao crescimento da economia, redução do desemprego, combate à pobreza e elevação do bem-estar social.
A CTB lembra que, no ano passado, o Ministério do Planejamento e o Banco Central informaram que as despesas do governo federal com juros superaram os gastos somados dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento e Assistência Social, responsável pelo Bolsa Família. Enquanto as despesas das três pastas totalizaram R$ 578,13 bilhões, o pagamento de juros da dívida pública somou R$ 614,55 bilhões. Em relação a 2022, os juros subtraíram R$ 503 bilhões do orçamento da União.
Estes dados comprovam que manter os juros altos é uma forma de aumentar os lucros por poucos rentistas improdutivos, que não adicionam um centavo de valor ao PIB brasileiro, mas extraem parte substancial das riquezas produzidas pelo povo trabalhador. Os principais beneficiários da dívida interna são os bancos e investidores estrangeiros. Juntos com as seguradoras (que também pertencem principalmente aos grandes bancos) detêm 62% do estoque da dívida.