EM DECISÃO UNÂNIME, BANCO CENTRAL MANTÉM TAXA SELIC EM 10,50% AO ANO

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Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. A decisão foi publicada em comunicado na noite de ontem (31/07).

O Copom justificou sua decisão destacando os riscos inflacionários decorrentes do atual cenário das contas públicas. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, afirmou o comunicado.

Além disso, o grupo destacou as incertezas externas e o aquecimento do mercado de trabalho como fatores que influenciam a política monetária. “A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”, acrescentou o Copom, enfatizando sua vigilância contínua.

“O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, concluiu.

Desde julho do ano passado, quando a Selic estava em 13,75%, o Banco Central iniciou um ciclo de cortes, interrompido em junho deste ano. A Selic agora está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano, mas o mercado financeiro prevê que não haverá mais reduções na taxa até o final de 2024, conforme indicado no relatório “Focus” divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira (29).

Impactos nas contas públicas

Por ser o principal índice de negociação dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, a manutenção da Selic elevada aumenta os gastos do governo federal. Só em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos públicos.

Levantamento do Dieese mostra que esse valor equivale a 4,3 vezes os investimentos com o Bolsa Família, 8 vezes do montante direcionado para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PEC), voltado à recomposição e expansão da infraestrutura do país, além de 3,3 vezes o orçamento para a Saúde e 5 vezes o orçamento para a Educação.

Fonte: Vermelho e Contraf

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