EM DUPLA VITÓRIA PALESTINA, ONU ORDENA SAÍDA DE TROPAS ISRAELENSES

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A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (18) uma resolução para exigir o fim da ocupação de Israel nos territórios palestinos (Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza), com uma maioria de 124 votos a favor, 14 contra e 43 abstenções. Foi uma dupla vitória palestina, pois não só arregimentou o apoio da ampla maioria dos países, como pela primeira vez na história o Estado da Palestina pôde apresentar uma resolução na ONU. Apesar de o país ainda não ser um membro pleno das Nações Unidas, paulatinamente vem conquistando novas prerrogativas. O texto da resolução segue o parecer histórico emitido em julho pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais alto tribunal da ONU, que a pedido da Assembleia Geral analisou a ocupação dos territórios palestinos desde 1967 e considerou que “a continuação da presença” israelense nesses territórios “é ilegal” e que Israel tem “obrigação de pôr fim a isso […] o mais rápido possível“. Enquanto os países muçulmanos e africanos votaram quase em bloco a favor da resolução, a União Europeia se dividiu, com votos a favor (entre eles Espanha e França), contrários (Hungria e República Tcheca) e várias abstenções (Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Polônia). Israel e Estados Unidos, parceiros e promotores do genocídio contra o povo palestino, votaram contra e tiveram ao seu lado Argentina, Paraguai e vários países das ilhas do Pacífico, que sempre votam com os americanos. A resolução “pede a Israel que ponha fim, sem demora, à sua presença ilegal nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental (…) e a fazê-lo no prazo máximo de 12 meses após a adoção da resolução“. O texto exige que Israel devolva as terras confiscadas dos palestinos, permita o retorno das pessoas deslocadas pelos assentamentos e faça reparações aos afetados, além de orientar que a comunidade internacional não reconheça as consequências territoriais, legais e demográficas da ocupação das terras palestinas. Também pede que os Estados-membros tomem medidas para impedir as importações procedentes dos assentamentos e o fornecimento de armas a Israel se houver motivos “razoáveis” para acreditar que elas poderiam ser usadas nos territórios palestinos. A resolução, ademais, propõe sanções contra os envolvidos na “manutenção da presença ilegal de Israel” nos territórios palestinos. Nesta terça-feira (17), ao apresentar a resolução, o embaixador palestino na ONU, Riad Mansour, disse que “nenhuma potência ocupante deve infringir os direitos inalienáveis dos palestinos. A justiça é o único caminho para a paz. Respeitem o direito internacional e não o sacrifiquem por cálculos políticos frios“, acrescentou. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, mantendo a retórica fascista típica do sionismo, referiu-se à votação “um circo onde o terror é aplaudido”. Com DW e agências.

Fonte: Vermelho

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