O câncer é a principal causa de morte em várias regiões do Brasil e expõe uma dura realidade: a desigualdade no acesso à saúde tem custado vidas. Entre 2000 e 2019, enquanto as mortes por doenças cardiovasculares caíram em 25 estados, o câncer avançou e passou a ser a principal causa de morte em 13% dos municípios.
Nas regiões mais pobres, onde o acesso a diagnósticos e tratamentos adequados é escasso, esta transição epidemiológica reflete não apenas os números, mas o sofrimento de famílias que enfrentam o processo sem suporte necessário.
Em comunidades desassistidas, o câncer se tornou uma sentença de luta desigual. A doença, que pode afetar mais de cem tipos diferentes de órgãos e tecidos, tem se agravado pela falta de acesso a exames precoces e tratamentos modernos, frequentemente restritos aos grandes centros urbanos.
Este cenário expõe a falha estrutural de um sistema de saúde que ainda privilegia os mais ricos e deixa os mais vulneráveis à mercê da doença.
É necessário que o país adote políticas públicas capazes de combater não apenas os fatores de risco do câncer, como o tabagismo e a obesidade, mas também de garantir diagnóstico e tratamento dignos para toda a população. Sem isto, o avanço destas doenças graves continuará refletindo uma sociedade que permite que os mais pobres morram lentamente, sem amparo, vítimas de um sistema que não alcança aqueles que mais precisam.
Fonte: SBBA