BRB: CORTES E GASTOS DESPROPORCIONAIS REVELAM GESTÃO INEFICAZ

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O desempenho financeiro do BRB no primeiro semestre de 2024 deixa claro um cenário preocupante: enquanto a instituição tenta sustentar sua relevância no mercado, os números evidenciam um lucro líquido contábil praticamente inexistente, mascarando uma dependência excessiva de eventos não recorrentes.

De acordo com os dados divulgados pelo Dieese, o lucro líquido recorrente do banco totalizou R$ 92,2 milhões, representando um aumento de 147,9% em comparação ao primeiro semestre de 2023. Por outro lado, o lucro líquido contábil foi de apenas R$ 7,7 milhões, representando uma queda drástica de 81,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado, que já é alarmante, seria ainda mais catastrófico sem os créditos tributários no valor de R$ 69,2 milhões, os quais evitaram que o banco apresentasse prejuízo.

Ao mesmo tempo, a instituição enfrentou um aumento expressivo nas despesas com provisões para perdas esperadas associadas ao risco de crédito, que cresceram 128,7% em um ano, totalizando R$ 661,6 milhões. Tal aumento está diretamente relacionado à inadimplência elevada, reflexo de mudanças na legislação e na incapacidade do banco de gerenciar adequadamente seus riscos.

Outro dado preocupante é o investimento em marketing e publicidade, que contrasta com os cortes em outras áreas. Enquanto o banco fechou agências, cortou postos de trabalho e enfrentou dificuldades para cobrir suas despesas, gastou R$ 55,8 milhões com patrocínios no primeiro semestre, dos quais R$ 13,7 milhões foram destinados ao Flamengo. Esse montante é 7,2 vezes maior do que o lucro líquido contábil no período, um dado que não apenas chama atenção pela discrepância, mas também coloca em dúvida as prioridades estratégicas da instituição.

Mesmo com um crescimento modesto na carteira de crédito e na base de clientes, o BRB não conseguiu gerar receitas suficientes para compensar suas despesas operacionais e financeiras. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 6,9%, enquanto as despesas com pessoal foram reduzidas em 2,3%, evidenciando cortes que comprometem tanto a qualidade dos serviços quanto a segurança dos empregos.

O desempenho pífio do BRB levanta uma questão essencial: até que ponto as decisões estratégicas do banco estão alinhadas com o interesse público e com a sustentabilidade financeira da instituição? Enquanto os bancários enfrentam cortes e a população lida com um serviço comprometido, o banco parece priorizar investimentos questionáveis e ações de curto prazo que não garantem sua estabilidade.

Fonte: Sindicato dos Bancário de Brasília

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