A crise climática não é uma hipótese distante, é sentença escrita com números ignorados, florestas queimadas, oceanos ácidos e políticas frouxas. A humanidade vive o início de uma extinção em massa, acelerada por um modelo de desenvolvimento predatório e a omissão de governos que terceirizam sua responsabilidade perante abusos do capital.
O alerta é do pesquisador britânico Hugh Montgomery, que compara o cenário atual ao Período Permiano, quando 90% das espécies desapareceram. A diferença é que, desta vez, os fósseis seremos nós, e por escolha própria.
Durante o Forecasting Healthy Futures, no Rio de Janeiro, o cientista mostrou que o planeta já aqueceu 1,5?°C e segue em rota de colisão com a marca de 2,7?°C até o fim do século. Se nada mudar, a Circulação Meridional do Atlântico pode colapsar em até 30 anos. Isto afundaria cidades costeiras, destruiria ecossistemas e imporia um custo econômico superior a US$ 38 trilhões anuais até 2049.
A urgência escancara o fracasso da política climática baseada em metas frouxas e promessas recicladas. Enquanto o setor privado lucra com a destruição, o Estado assiste e, muitas vezes, patrocina o colapso ambiental. O clima já afeta a saúde global, desloca populações e destrói a agricultura. Não basta se adaptar à tragédia. É preciso confrontar seus agentes. O tempo acabou.
Fonte: SBBA