Frequentemente, a análise do desempenho escolar é relacionada aos últimos anos de colégio, no entanto, a necessidade do acompanhamento começa desde a infância. Este cenário, porém, tem apresentado mudanças, através do incentivo dos programas sociais que buscam levar crianças a pré-escola.
Pela primeira vez na história, a porcentagem de crianças negras (40,2%) superou o número de brancas (38,3%) na creche escolar. Os dados são do Censo Escolar 2024, pelo Ministério da Educação (MEC) e se referem ao ano passado.
Apesar do crescimento no número, a comunidade periférica ainda precisa ser orientada e conscientizada da importância da primeira infância, visto que, 90% do cérebro se constituem até os 6 anos de idade.
“Quando a gente olha para as crianças que estão fora da pré-escola, notadamente são aquelas em maior vulnerabilidade socioeconômica”, comentou Mariana Luz, diretora executiva da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, entidade que atua pelos direitos da infância.
A precarização escolar de crianças e adolescentes negros faz parte da história do país desde quando os filhos de escravizados foram ‘libertados’ e deixados à mercê de atividades ilícitas e luta pela sobrevivência. As consequências podem ser vistas ainda hoje. Em 2023, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), das 9 milhões de pessoas que não completaram o ensino médio, 71,6% eram pretas e pardas.
Ainda em 2023, o governo federal aprovou a Política Nacional Integrada para Primeira Infância, com uma série de medidas para auxiliar no desenvolvimento das crianças, abrangendo as áreas de educação, saúde, cultura, lazer, dentre outras, na expectativa de que o acompanhamento precoce seja capaz de mudar o futuro, por décadas.
Fonte: SBBA