DESUMANO: METAS ABUSIVAS E MIGRAÇÃO DIGITAL ADOECEM TRABALHADORES NO BRADESCO

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A política de migração digital intensificada pelo Bradesco tem revelado um lado cruel da modernização bancária: o adoecimento dos trabalhadores. Com a transferência cada vez maior de contas Pessoa Física (PF), Pessoa Jurídica (PJ) e Classic para as plataformas digitais, o banco vem reduzindo drasticamente o quadro de funcionários nas agências físicas. O resultado é um cenário alarmante de sobrecarga, metas inalcançáveis e pressão psicológica extrema.

Enquanto a propaganda institucional promove a imagem de um banco moderno e eficiente, nas agências a realidade é bem diferente. Muitos clientes não conseguem resolver suas demandas pelos canais digitais e acabam sendo orientados a procurar atendimento presencial. Os poucos bancários que permanecem nas agências são obrigados a absorver uma demanda que antes era dividida com um número maior de colegas. E o pior: mesmo quando realizam esses atendimentos, a produção continua sendo computada como se fosse do atendimento digital.

Há ainda o agravante de que, quando os clientes manifestam a intenção de retornar ao atendimento presencial, são informados que podem continuar vinculados ao atendimento digital e atendidos presencialmente. Um claro contrassenso que só aumenta a frustração dos trabalhadores e dos usuários.

As metas, que já eram absurdas, não são revistas para baixo. Pelo contrário: os trabalhadores seguem sobrecarregados, adoecendo, e o descontentamento cresce em todas as agências. O que se percebe é que os bancários do atendimento presencial foram colocados em uma espécie de “castigo”, penalizados por uma política de gestão que ignora o impacto humano da digitalização.

A cobrança excessiva por metas, somada à insegurança provocada pelas demissões, tem transformado o ambiente de trabalho em um espaço de tensão constante. Muitos profissionais relatam episódios de ansiedade, esgotamento e doenças ocupacionais.

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com a direção do banco na terça-feira, 6, na sede da instituição em Osasco e criticou o banco.

O Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região está acompanhando a situação de perto e cobra do Bradesco uma revisão urgente das metas, a valorização dos trabalhadores e o respeito à saúde física e mental de quem continua sustentando o atendimento nas agências.

Fonte: Redação

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