A nova atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) obriga as empresas a incluírem riscos psicossociais — como assédio, estresse e sobrecarga — nas políticas de saúde e segurança do trabalho. Os fatores agora devem ser mapeados e registrados no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), uma vitória importante para os trabalhadores que lutam há anos para dar visibilidade a formas de adoecimento mental historicamente ignorada.
Antes, apenas riscos físicos, químicos e ergonômicos eram considerados. Agora, com o reconhecimento do impacto que ambientes tóxicos causam na saúde mental, abre-se espaço para que empresas sejam responsabilizadas e pressionadas a promover ambientes mais saudáveis. A medida também fortalece o debate sobre dignidade no trabalho e o papel das organizações na prevenção do sofrimento psíquico.
Dados do INSS mostram a gravidade do cenário: os afastamentos por ansiedade e episódios depressivos aumentaram 67% em 2024, comparado ao ano anterior, somando 472,3 mil casos. Isso revela uma crise provocada por jornadas exaustivas, metas abusivas e pela lógica de produtividade a qualquer custo.
Pensar fora da lógica capitalista é urgente. Prevenir o adoecimento é mais barato e eficaz do que remediar. Trabalhadores saudáveis entregam mais, e o cuidado com a saúde mental precisa ser visto como compromisso coletivo, não como benefício opcional. A atualização da NR-1 é um avanço, mas a luta por ambientes de trabalho humanos continua.
Fonte: SBBA