Nesta segunda-feira (9) iniciam os depoimentos de réus acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. As audiências representam uma nova etapa do processo judicial conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já condenou dezenas de envolvidos pela tentativa de golpe contra as instituições democráticas.
Os primeiros interrogatórios dos réus vão colocar lado a lado aliados, como Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
As oitivas ocorrerão na Primeira Turma do STF e a sala foi adaptada para funcionar como um tribunal do júri, com reforço de segurança e uma nova disposição dos assentos. O ministro Moraes, o procurador-geral da República Paulo Gonet e assessores ocuparão a tribuna principal. Os réus, por sua vez, ficarão sentados lado a lado, em ordem alfabética.
A programação das audiências vai até a próxima sexta-feira (13), e segue uma ordem específica. O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, delator premiado. Ele deve confirmar os detalhes de bastidores da trama golpista que fundamentaram sua delação que é contestada pelo demais réus.
Bolsonaro será o sexto réu a prestar depoimento. A ordem dos depoimentos começa por Mauro Cid e segue com Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin); Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); general Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Jair Bolsonaro (ex-presidente); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil), que participará por videoconferência, já que está preso no Rio de Janeiro.
Durante os depoimentos, Moraes poderá fazer perguntas aos réus, seguidas pelos questionamentos da PGR e das defesas. Todos os acusados têm direito ao silêncio, ou seja, não são obrigados a responder a perguntas que possam autoincriminá-los. Ainda assim, há expectativa de que pelo menos Bolsonaro, Mauro Cid e Anderson Torres optem por falar.
Os réus são acusados de crimes como tentativa de abolição do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e depredação de patrimônio público, após invadirem e destruírem as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Fonte: vermelho