APURAÇÃO DE ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NA CAIXA ECONÔMICA AINDA SEM CONCLUSÃO

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A representante dos empregados da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, cobrou a conclusão da apuração dos casos de assédios sexual e moral envolvendo o ex-presidente do banco Pedro Guimarães, que era próximo a Bolsonaro. Acusado por funcionárias pelos crimes de assédio, o executivo foi demitido no dia 29 de junho, mas até o momento não houve punição.

A representante dos trabalhadores participou na última quinta-feira (18) de audiência pública na Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados. Algumas vítimas também se posicionaram sobre a demora na conclusão dos casos.

“Foi com vergonha que expliquei para os meus colegas de trabalho daqui que me perguntam se já houve alguma punição, algum desdobramento das denúncias, que no Brasil as coisas andam mais devagar. E que a palavra de dezenas de mulheres ainda vai ser julgada”, relatou uma das vítimas de assédio responsável pela denúncia, a funcionária do banco, Carolina Lacerda Tostes, que hoje está no Canadá.

“O meu caso foi menos grave. Os relatos vão desde chefes que beijavam a nuca das empregadas no ambiente de trabalho, até chefes que pediam as empregadas em trabalho remoto se levantasse para verem se elas estavam de biquíni”, lembrou Tostes.

De acordo com Rita Serrano, a situação na instituição pode ser considerada um “assédio institucionalizado”. Ela explicou que a empresa passou, nos últimos três anos, por um processo de rotatividade nos cargos de direção, bem como de demissão de diversos funcionários que atuavam em posições estratégicas do banco, sem justificativa, como forma de retaliação.

“Até que se chegasse a um momento em que o presidente da empresa se sentisse à vontade para cometer casos de assédio sexual, com o aumento drástico do assédio moral e da pressão sobre os trabalhadores”, criticou.

Outro a falar sobre o ambiente tóxico de trabalho na estatal, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto, reiterou que o assédio virou um “modelo de gestão” na empresa.

Ele citou levantamento da Fenae que entrevistou mais de 3 mil empregados do banco em 2021, pelo qual 60% deles afirmaram haver sofrido assédio moral; e mais de 90% já ter sofrido algum tipo de pressão no trabalho.

Fonte: vermelho

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