No próximo 7 de setembro se completam 200 anos da proclamação formal da Independência do Brasil, às margens do rio Ipiranga. Dois séculos depois, o dia parece condensar a tensão política no país às vésperas de um pleito atípico. A comemoração conta com a chegada do coração de Dom Pedro I, trazido de Portugal e exposto em Brasília; ato de tom golpista convocado por Bolsonaro no Rio de Janeiro; e manifestações de movimentos populares pelo Brasil.
Engrossando o caldo, a data é marcada pela 28ª edição dos atos do Grito dos Excluídos e das Excluídas, sob o eixo “Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”.
O objetivo é reverberar a voz dos que não foram incorporados a esse Brasil considerado independente. Com o tema permanente “Vida em primeiro lugar”, o Grito tem marchas previstas em todo o país.
Desde 1995, a manifestação faz do 7 de setembro uma data de luta, exatamente pelo avesso do orgulho nacionalista que a versão militar e institucional busca emplacar. A ideia de fazer um contraponto ao “Grito do Ipiranga” surgiu há 28 anos durante a 2ª Semana Social Brasileira, evento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo lema era “a fraternidade e os excluídos”.
Fonte: Brasil de Fato