O controle sobre o preço de combustíveis tem sido peça-chave da tática de Jair Bolsonaro (PL) em busca de sua reeleição. Para tanto resolveu, somente neste ano, reduzir impostos e tem, segundo relatos, manobrado para que a Petrobras segure artificialmente os preços até o término do pleito, num claro estelionato eleitoral que, no final, vai estourar no bolso do povo.
Mesmo com esse movimento, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) verificou alta de 1,47% nos postos. Em média, entre 9 e 15 de outubro, o consumidor desembolsou R$ 4,86 por litro. A alta verificada foi a primeira após 15 quedas consecutivas — que obedeceram a essa lógica eleitoral e que claramente não se sustenta, como demonstra esse reajuste.
Cabe destacar que em seis anos de vigência do PPI (Política de Paridade Internacional), os combustíveis tiveram recorde de elevação dos preços: somente o gás de cozinha teve aumento acumulado de quase 281% nas refinarias; o óleo diesel saltou 182% e a gasolina, 119%. No período anterior a essa política, entre o janeiro de 2003 e outubro de 2016, os aumentos desses mesmos produtos foram, respectivamente, de 15%, 111% e 116%, segundo dados da FUP.
Além da possibilidade de a Petrobras estar segurando os reajustes por orientação do governo Bolsonaro, há outros aspectos que podem influenciar no aumento dos valores pós-eleições. Embora a lei que limitou o percentual de ICMS aplicado sobre itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo continuarem valendo em 2023, o corte dos impostos federais (Cide e PIS/Cofins) sobre esses produtos vai somente até o último dia deste ano.
Fonte: Vermelho