Ser mulher no Brasil nunca foi tarefa fácil e se tornou ainda mais penosa desde que Bolsonaro chegou à presidência. Do estímulo ao machismo e à violência, passando pelo incentivo à compra e ao uso de armas de fogo até a redução drástica das políticas públicas destinadas às mulheres, o cenário atual mostra uma sensível piora nos índices de feminicídio e de estupro.
Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, somente no primeiro semestre deste ano, 699 mulheres foram mortas em crimes relacionados à violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher, como é classificado o feminicídio. O número equivale à perda de, em média, quatro vidas por dia, uma a cada seis horas. Este é o maior índice registrado em um semestre. Na comparação com os seis primeiros meses de 2021, quando houve 677 assassinatos deste tipo, o aumento foi de 3,2%.
“Os dados indicam um crescimento contínuo das mortes de mulheres em razão do gênero feminino desde 2019. Em relação ao primeiro semestre de 2019, o crescimento no mesmo período de 2022 foi de 10,8%, apontando para a necessária e urgente priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero”, diz o relatório.