APOSENTADORIA DEMORA ATÉ 3,5 ANOS A MAIS DEPOIS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Conseguir se aposentar nunca foi tarefa fácil para grande parte dos trabalhadores brasileiros. Mas, após a reforma da previdência, aprovada pelo governo Bolsonaro em 2019, ela está ainda mais difícil, com aumento do tempo de trabalho para todos.

De acordo com estudo feito pelo Ministério da Previdência ainda no governo Bolsonaro, os trabalhadores demoram, em média 2,8 anos a mais para se aposentar, depois da reforma. As mulheres precisam de 2 anos a mais de contribuição ao INSS, enquanto os homens terão que contribuir por mais 3,5 anos.

A reforma acabou com a aposentadoria por tempo de contribuição e instituiu as idades mínimas de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. No papel, a alteração valeria apenas para novos trabalhadores. Na prática, quem já estava no mercado de trabalho está sendo prejudicado também porque paga pedágio para se aposentar, de acordo com as diferentes regras de transição.

Mais receita para o INSS

Segundo reportagem da Folha de S Paulo, o objetivo dos técnicos que fizeram o estudo sobre quanto tempo o trabalhador estava demorando para se aposentar, era estimar os primeiros efeitos da reforma sobre a idade média de aposentadoria, variável considerada peça-chave para o que chamam de maior sustentabilidade do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Quanto maior é essa idade, mais tempo o trabalhador contribui para sua aposentadoria, gerando receitas ao INSS. Consequentemente, ele fica menos tempo recebendo o benefício, o que reduz a despesa futura do governo. E ainda tem a chance do trabalhador morrer antes, o que geraria mais economia, ainda mais se não tiver herdeiros.

Os resultados mostram que a idade média de aposentadoria dos homens passou de 58,7 para 62,2 anos entre 2019 e 2021. Entre as mulheres, o patamar passou de 57,3 para 59,3 anos.

Os dados reforçam o quanto a reforma foi danosa para os trabalhadores brasileiros, que vão trabalhar mais e receber cada vez menos na aposentadoria.

Fonte: Feebbase

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