Paciência tem limite, principalmente quando se trata do respeito à vontade geral. O povo escolheu a democracia social, que significa bem-estar para a população, no entanto a Selic em 13,75% gera juros altíssimos, retrai drasticamente a atividade econômica, mantém a onda de desemprego crescente, agrava a fome e as desigualdades sociais, ou seja, contraria frontalmente o resultado das urnas.
Na democracia, a definição da política econômica é uma prerrogativa do governo eleito pelo povo. O mercado não pode se arvorar em usurpá-la. O economista André Lara Resende, um dos fundadores do Plano Real, está entre as vozes que defendem a necessidade de o Ministério da Fazenda endurecer com o Banco Central para baixar os juros, imediatamente.
Na entrevista ao Roda Viva, segunda-feira, na TV Cultura, em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deixou bem claro que não haverá mudança na previsão de inflação para 2023 nem redução na taxa básica. A primeira reunião do Copom no governo Lula está marcada para esta quinta-feira (16/02).
Lara Resende entende que a Selic em 13,75% contraria três dos principais objetivos da lei que deu autonomia ao BC, quais sejam, controle da inflação, estabilidade do sistema financeiro e garantia do pleno emprego. Resumindo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa ter uma conversa mais dura com Campos Neto, bolsonarista assumido nas redes sociais.
Em todo o Brasil começam a se multiplicar os protestos pela queda nos juros e a saída de Campos Neto do BC. Depois do Carnaval a tendência é aumentar bem mais.
Fonte: SBBA