O tradicional prato de feijão está saindo da dieta básica dos brasileiros. A tendência é que até 2025 deixe de ser consumido regularmente. E não é por conta do preço. Com o dia a dia corrido, as famílias substituem a alimentação natural e que requer tempo de preparo na cozinha por ultraprocessados encontrados prontos nas prateleiras do mercado. A conclusão é de um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Em 2007, quase 68% dos lares brasileiros consumiam feijão regularmente – de cinco a sete dias por semana. Em 2017, o índice caiu para 59,5%. A queda aconteceu em todos os gêneros, faixas etárias acima de 12 anos e níveis de escolaridade. Nesse ritmo, nos próximos dois anos, o feijão vai deixar de fazer parte da dieta regular de quase metade da população brasileira.
As mulheres, no entanto, são maioria no grupo que menos consome a leguminosa por semana. O cenário pode ser explicado pela jornada dupla das trabalhadoras e pela falta de tempo, cada vez mais determinante para as famílias.
Mas, a pesquisa faz um alerta para os problemas que essa mudança de hábito na dieta causa à saúde. Além de ter um excelente perfil nutricional, com adequado aporte de proteínas, de minerais como o ferro, fibras e várias vitaminas, o feijão faz parte da cultura brasileira.
A redução no consumo do feijão está associada ao ganho de peso e a um estado nutricional insatisfatório. Quem não consumiu o produto teve 20% mais risco de obesidade e 10% mais chances de desenvolver excesso de peso. Já o grupo em que o consumo ocorreu cinco ou mais vezes por semana apresentou 15% menos obesidade e 14% menos sobrepeso.
O mais grave é que o alimento muitas vezes é substituído por utraprocessados, produtos com pouco ou nenhum valor nutricional.
Fonte: SBBA