As críticas à política monetária do Banco Central ganharam a adesão de uma das mais representativas entidades de engenheiros no País. Em nota divulgada na semana passada, a Engenharia pela Democracia (EngD) criticou a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, no patamar de 13,75%, o que torna o Brasil o país com maior juros reais no mundo.
“Nesses patamares, a taxa de juros desestimula o crediário a que muita gente recorre para ter uma vida mais confortável e abala ainda a declinante ocupação do parque produtivo nacional. É o incentivo desvairado ao rentismo”, aponta a entidade.
Segundo a EngD, a Selic elevada prejudica não só o desenvolvimento nacional – mas também “a geração de emprego e renda”, bem como “o atendimento dos direitos da população a melhores condições de vida”. A entidade cobra “menos juros, mais desenvolvimento, mais engenharia, mais soberania”.
Leia abaixo a íntegra da nota da EngD.
Menos juros, mais desenvolvimento!
A “Engenharia pela Democracia” – EngD – soma-se ao clamor nacional repudiando a decisão lesa pátria do Banco Central de manter a taxa básica anual de juros em 13,75%, que inviabiliza a retomada de crescimento da economia do país, conforme denunciam as entidades representativas dos empresários e trabalhadores.
Corresponde a uma espantosa taxa de juros de mais de 8% acima da inflação, absolutamente fora dos padrões internacionais.
Nesses patamares a taxa de juros desestimula o crediário a que muita gente recorre para ter uma vida mais confortável, abala ainda a declinante ocupação do parque produtivo nacional. É o incentivo desvairado ao rentismo, não só de bancos e milionários, mas até mesmo de empresas que, para obter bom retorno do capital monetário que dispõem, veem maior ganho depositando o dinheiro em títulos públicos do que na produção de bens e serviços.
Com o maior juro real do mundo ficam comprometidas a retomada do desenvolvimento do país, a geração de emprego e renda, e o atendimento dos direitos da população a melhores condições de vida.
Os profissionais da engenharia também veem diminuir as possibilidades de atuação, em prejuízo do desenvolvimento de novas tecnologias e suas aplicações para aumentar a produtividade e contribuir na reconstrução do Brasil, em particular com sua reindustrialização.
Menos juros, mais desenvolvimento, mais engenharia, mais soberania!
EngD, em 23 de março de 2023