O lucro líquido gerencial do Santander foi de R$ 2,14 bilhões no primeiro trimestre de 2023, resultado que representa queda de 46,6% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, a lucratividade obtida na unidade brasileira significa 18,2% do lucro global do banco, € 2,571 bilhões. Alta de 13% em 12 meses, enquanto ameaça os funcionários para cumprir metas impossíveis, precariza o ambiente de trabalho por falta de infraestrutura, amplia as terceirizações e demite.
Outro fator que mascara a lucratividade real do Santander. A empresa mais do que dobrou as PDD (Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa), totalizando R$ 10,85 bilhões no trimestre (+120,1% em 12 meses). Houve alta de 12,3% no ano na carteira de crédito ampliada do banco, somando R$ 586,4 bilhões em março de 2023.
A holding Santander encerrou o primeiro trimestre com 53.556 empregados, com a abertura de apenas 561 postos de trabalho em 12 meses, enquanto aumentou a base de clientes em 6,8 milhões O banco fechou 100 agências e 42 PABs no país. Os bancários brasileiros precisam ser valorizados ao invés de sobrecarregados, receberem cobranças de tarifas nas contas correntes, muito menos terceirizados com direitos e salários menores.
Os dados são injustificáveis, sobretudo porque as receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias aumentaram 1,8% em um ano, alcançando R$ 4,7 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR cresceram 11,4% no período, somando R$ 2,78 bilhões. Em março deste ano, a cobertura destes gastos pelas receitas secundárias do Santander foi de 169,16%. Ou seja, cobriram mais de 1,5 vez a folha de pagamento. Dinheiro não falta.
Fonte: SBBA