O Santander tem divulgado que as mulheres têm renda mensal 21% menor do que os homens, conforme dados da PNAD.
Através da propaganda do Dia das Mães, o banco informa que dará desconto às clientes na mesma porcentagem em produtos bancários, a exemplo de seguro de vida, parcelamento de fatura e anuidade de cartões. Mas não comunica o período do desconto.
Levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra que quase 80% das mulheres que são chefes de família estavam endividadas em fevereiro de 2023. Exatamente por isso a medida do Santander deveria ser direcionada a produtos mais críticos para esta parcela da sociedade, como juros do cartão de crédito. A modalidade, inclusive, é a com maior incidência de endividamento das mulheres.
O banco deveria estender a iniciativa para além da publicidade no mês das mães. Além disso, a peça publicitária sinaliza que há mais de 10 anos não há mais diferença salarial entre homens e mulheres dentro do Santander. Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, aponta diferença salarial de gênero de 22,2% na categoria bancária. Discrepância que diminuiu nos últimos anos e pode não ser observada quando homens e mulheres exercem a mesma função, mas é totalmente diferente quando quesito é ascensão na carreira.
Prova disso é o último Relatório de Sustentabilidade emitido em 2022 pelo Santander. Em 2021, as bancárias ocupavam 61% dos cargos na área operacional e os homens 39%. Somente 25% dos cargos de diretoria eram ocupados por mulheres.